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Em Dourados, 19 renais crônicos já morreram este ano na fila do transplante

14 junho 2012 - 10h20Por Dourados Agora
Dados da Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Dourados (Renassul) apontam que, este ano, 19 renais crônicos morreram na fila do transplante em Dourados. De acordo com o presidente da entidade, José Feliciano de Paiva, foram 4 mortes em janeiro, 5 em fevereiro, 3 em março, 4 em abril, 2 em maio e 1 em junho até ontem. Segundo ele, o momento é de desespero devido a falta de estrutura na Clínica do Rim de Dourados, única conveniada ao Sistema Único de Saúde (Sus) que recebe pacientes de 38 municípios. A estrutura física do local não comporta a demanda. De acordo com Feliciano, existe um projeto de ampliação da Clínica, inclusive com recursos, mas não sai do papel.

Por causa da falta de vagas, 12 pacientes estão sendo encaminhados para Ponta Porã. Apesar do atendimento alternativo, o deslocamento vem trazendo transtornos que podem estar relacionados às mortes. “Obtive relatos que muitos desistiram do tratamento devido ao desgaste físico. Muitos não conseguem seguir a risca o tratamento se deslocando duas ou três vezes na semana para outros municípios”, destaca.

Recentemente a aposentada Marta da Silva Paz, moradora na Vila Ilda, conta que o ex-marido, o aposentado Antônio Francisco de Matos, de 54 anos, não poderia ter sido encaminhado para o município vizinho devido a gravidade do quadro clínico. Ela cuida do paciente e conta que com a saúde debilitada ele não respondia aos movimentos musculares quando foi levado para Ponta Porã, pela prefeitura. “Devido a gravidade do quadro, a Saúde poderia ter contratado o serviço na rede particular ao invés de causar um deslocamento”, opina.

Segundo levantamento do Conselho Municipal de Saúde, no ano passado cerca de 80 pacientes não conseguiram atendimento de hemodiálise em Dourados e foram encaminhados para Ponta Porã.

De acordo com Maurício Peralta, diretor do Hospital Evangélico, responsável pela Clínica do Rim, a unidade dispõe de 27 máquinas de hemodiálise, que em três turnos consegue realizar 81 sessões diárias. Ao todo, são 178 pacientes fixos, atendidos diariamente, e outros 39 que fazem tratamento em casa. O contrato com a prefeitura prevê 1,6 mil atendimentos por mês. Segundo Maurício, em média, os atendimentos passam de 2 mil. Ele diz que um convênio com o governo do Estado vai permitir que uma ampliação na Clínica do Rim para atender a demanda da região de Dourados.

“O projeto está aprovado. Estamos só aguardando a liberação dos recursos para darmos início às obras. A previsão é de começarmos os trabalhos nos próximos dias”, destaca, complementando que a ampliação vai propiciar a implantação de mais 6 máquinas de hemodiálise o que resulta na abertura de 30 novas vagas para pacientes.

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