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Polícia recupera mais de dois mil veículos roubados em MT

16 janeiro 2012 - 13h53Por O Documento
A Polícia Judiciária Civil fechou o ano de 2011 com 2.093 veículos recuperados na Grande Cuiabá. O número é 15,38% maior em relação a 2010, que teve 1.814 veículos de diferentes modelos baixados no sistema de registro da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERRFVA), da Capital.

A recuperação de veículos depende da rápida comunicação da vítima e ação policial imediata. O número de veículos recuperados representa 65% dos automóveis, motocicletas, caminhonetes, caminhões e semi-reboques tomados de assaltos em Cuiabá e Várzea Grande em 2011. “35% do restante dos veículos subtraídos têm três destinos, a adulteração para uso e venda, encomenda e o desmanche”, analisa o delegado Wilton Massao Ohara, titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERRFVA).

No ano passado na Grande Cuiabá foram roubados e furtados 3.193 veículos, sendo 52% motocicletas. Na Capital ocorreram 2.122 roubos e furtos, dos quais 1.014 foram motocicletas e Várzea Grande 1.071 veículos, a maioria, 644, também foram motos. Em 2010, a Polícia Civil registrou 2.933 roubos e furtos de veículos. Destes, 1.606 ocorreram em Cuiabá e 1.327 na cidade de Várzea Grande, que teve 954 motocicletas subtraídas durante aquele ano

Estima-se que 95% dos veículos apreendidos em ações das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal são provenientes de roubos e furtos ocorridos no mesmo ano. Há também registros de veículos roubados em anos anteriores que somente foram recuperados agora. Mas o percentual, segundo a Delegacia Especializada, é inferior. A grande maioria dos veículos devolvidos às vítimas é de assaltos recentes.

De acordo com o delegado Wylton Massao Ohara, a recuperação de veículos depende da rápida comunicação da vítima e ação policial imediata, pois depois de algum tempo as chances de localizar o automóvel ficam menores em razão das adulterações que pode sofrer como a clonagem ou dublês (veículos idênticos circulando), além de serem levados para países vizinhos ou mesmo desmanchados para abastecer o comércio ilegal de peças.

As duas maiores cidades do Estado de Mato Grosso também concentram as maiores frotas de carros em circulação. Conforme o Departamento de Trânsito (Detran) até novembro de 2011, a Capital havia atingido a marca de 308 mil veículos cadastrados e 112 mil em Várzea Grande. Da frota total de veículos circulando em Cuiabá e Várzea Grande o índice de roubado e furtado representa 0.7%.

Para a Polícia Civil o crescimento das estatísticas de roubos e furtos leva em consideração o aumento da frota de veículos em Cuiabá, a lei boliviana que facilitou a legalização de carros roubados na Bolívia, e a mudança na legislação que tornou afiançável o crime de receptação. “Hoje se prende uma pessoa, ela paga a fiança e volta às ruas”, frisa Massao.

O levantamento da Polícia Civil aponta que os modelos e marcas preferidos dos ladrões são, em primeiro lugar, as motocicletas Honda (CG, Bros, Biz, Factor, CBX) e em segundo lugar os automóveis populares dos tipos Gol, Fiat Uno, Pálio, Strada Celta e Corsa. Em terceiro vêm às caminhonetes S10, Ford 1000 e Hilux.

O balanço também mostra que a ação dos bandidos ocorre, principalmente, de terça a sexta-feira, à tarde e à noite. Conforme Massao, em cima dessas estatísticas a Delegacia desenvolve estratégias de repressão aos roubos e furtos. “Analisamos os tipos de veículos, o aumento e os pontos de concentração para identificar as quadrilhas que estão atuando. É um trabalho de controle”, frisa o delegado.

O diretor metropolitano, Luciano Inácio, disse que a diretoria investirá no treinamento de policiais e em ferramentas de investigação para melhorar a repressão dos roubos e furtos de veículos. “Os bandidos que atuam nesse segmento colocam diariamente em risco a vida de inocentes”, frisou.

Destino - Os veículos, principalmente os de alto valor comercial, como as caminhonetes S-10, L 200 , Hilux e caminhões são geralmente recuperadas nas regiões de fronteira com a Bolívia, pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e pela atuação dos policiais civis e militares dessas localidades. Há também casos de caminhonetes de Mato Grosso recuperadas na divisa com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul. Esses veículos são alvos de encomendas de traficantes, que as utilizam como moeda de troca por entorpecentes.

Investigações da Polícia Civil revelaram que o desmanche, facilidade de ocultação e comercialização são os principais fatores do alto índice de roubos e furtos de motocicletas. Assim como muitos carros populares, principalmente os mais antigos, as motos também acabam em desmanches, cujas peças são vendidas no comércio da Grande Cuiabá. Quando não usadas no desmanche são adulteradas e levadas para o interior do Estado.

“Muitos carros novos são clonados e acabam indo para cidades do interior. Os veículos antigos são roubados para o desmanche”, reforça o chefe de operações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos, Luciano Testa.

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