A presença de estudantes brasileiros em busca de graduação nos diversos cursos, principalmente em medicina tem mudado o perfil da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero que faz fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
O município era conhecido por suas lojas de produtos importados e o turismo de comprar aliado ao agronegócio eram as principais fontes de renda local.
Recentemente o governo do Estado de Amambaí onde Pedro Juan é capital declarou que o município é também a Capital Universitária do norte do país. Ao todo 15 universidades com 50 cursos diferentes abrigam mais de 20 mil universitários sendo 90% dos brasileiros.
De acordo com Wilfrido Villanueva, presidente da Junta Departamental de Amambay, a cidade vive hoje uma nova realidade e que isso representa crescimento e desenvolvimento para toda a região.
“Este crescimento acaba refletindo também em outras cidades como Bella Vista, Concepcion, San Pedro e Capitán Bado”, disse ele.
Além de brasileiros, as universidades de Pedro Juan Caballero também recebem alunos da Argentina e da Bolívia reforçando ainda mais o título de Cidade Universitária.
“Wilfrido diz ainda que o crescimento do setor educacional tem atraído investimentos privados onde empresários dos ramos imobiliários, de alimentação e lazer tem dotado a cidade de todos os meios necessários para que os universitários possam ter condições digna e de qualidade durante a permanência na fronteira.
“Estamos fazendo gestões junto ao governo do estado para que seja efetuada uma agenda cultural, cientifica e esportiva para haja uma integração entre os universitários e a comunidade de Pedro Juan Caballero e que estas pessoas se sintam inseridas em nossa sociedade” disse Wilfrido.
Ele disse também que está sendo estudada a construção de uma biblioteca binacional entre as cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para tender os universitários dos dois países.
Quase todas as universidades que funcionam em Pedro Juan são reconhecidas pela Agência Nacional de Educação Superior do Paraguai e que possuem em seus quadros professores, mestres e doutores de Cuba, Bolívia, Peru, Costa Rica, Colômbia, Paraguai e Brasil o que traz segurança para quem se forma naquele país, principalmente na hora de fazer o Revalida, uma prova necessária para trabalhar no Brasil ou para se inscrever no programa Mais Médicos do Governo Federal.
Para acompanhar este desenvolvimento as próprias universidades estão investindo e se modernizando para atender uma demanda cada vez mais crescente e exigente. Segundo o diretor da Universidade Central do Paraguay (UCP), Karlos Bernardo, este crescimento não tem mais volta e os reflexos são visíveis na economia local, o que exige uma adequação também por parte das entidades e do próprio setor público.
Karlos diz que a UCP, por exemplo, fez investimentos em vários setores e que isso refletiu no aumento da demanda e até no crescimento da universidade e na ampliação e criação de mais um campus em Ciudad del este que já conta com uma grande procura de brasileiros para o próximo período que começa no segundo semestre deste ano.
“O que vem acontecendo aqui em Pedro Juan é reflexo da qualidade de ensino que estamos oferecendo e o crescimento de vários setores da economia local tem sim influência direta dos universitários estrangeiros que buscam nossa cidade em busca de conhecimento”, disse ele.