sexta, 26 de abril de 2024
POLÍCIA

Polícia investiga se pedreiro que confessou 7 mortes fez mais vítimas e divulga telefone para denúncias

Vizinhos em MS disseram que suspeito não apresentava "qualquer distúrbio comportamental". Segundo a polícia, ele escolhia as vítimas logo que era contratado.

19 maio 2020 - 14h00Por G1MS

A Polícia Civil continua com as buscas e agora divulgou um telefone para possíveis denúncias, no caso do pedreiro Cléber Carvalho de Souza, de 43 anos, suspeito de ser assassino em série em Campo Grande. O delegado Carlos Delano, titular da Delegacia Especializada em Repressão à Homicídios (DEH) e responsável pelas investigações, não descarta a possibilidade de existirem novas vítimas.

Até o momento, sete corpos foram encontrados. A reportagem da TV Morena acompanhou parte das buscas policiais e conversou com vizinhos, sendo que eles falaram que o suspeito, aparentemente, não apresentava "qualquer distúrbio comportamental e agia normalmente". Conforme a investigação, ele escolhia as vítimas logo que era contratado para algum serviço e tinha o primeiro contato com elas.

No inquérito, a polícia também busca traçar o perfil do pedreiro, ressaltando o jeito de agir dele, além da possível participação da filha como coautora nos crimes e da esposa, que sabia, porém, não fez nenhuma denúncia.

Ainda de acordo com a polícia, as vítimas eram escolhidas de acordo com os bens que tinham e que poderiam ser apropriados. Em um dos casos, ele queria a casa da vítima porque seria "maior e mais bonita que a dele". Por conta dos novos fatos, a tipificação penal pode mudar para latrocínio, cuja pena pode chegar a 30 anos de reclusão.

Quem souber de algo relacionado ao suspeito e quiser fazer denúncias, sob total sigilo, pode entrar em contato pelo telefone: (67) 99238-4923.

Entenda o caso

Na noite da última sexta-feira (15) e na manhã de sábado (16), foram encontrados mais duas ossadas de possíveis vítimas de Cléber. De acordo com a polícia, o homem confessou os homicídios, que se somam a outros cinco supostamente cometidos pelo pedreiro.

Conforme a polícia, o corpo da sexta vítima foi encontrado enterrado próximo ao local da cova improvisada de uma das vítimas do autor dos crimes, no bairro Recanto dos Pássaros. Já a sétima vítima foi encontrada em um poço de 15 metros de profundidade após vizinhos, no bairro Corumbá, sentirem um cheiro forte vindo do quintal de uma casa.

O sétimo corpo foi identificado como sendo de Timótio Pontes Roman, de 62 anos. De acordo com a família do idoso, ele teria contratado o pedreiro suspeito do crime para um serviço na calçada. Timótio morava sozinho e estava desaparecido há mais de dez dias. À polícia, Cléber confessou mais este homicídio e disse que queria ficar com a casa da vítima.

Corpo de Timótio foi encontrado em um poço neste sábado (16)  Foto: Redes Sociais/ReproduçãoCorpo de Timótio foi encontrado em um poço neste sábado (16) — Foto: Redes Sociais/Reprodução

A motivação do suspeito foi a mesma do primeiro assassinato descoberto pela polícia, no último dia 2. De acordo com a esposa e a filha do suspeito, que também estão presas, Cléber matou o comerciante José Leonel Ferreira Santos, de 61 anos e ficou com a residência do idoso, onde elas estavam morando. A família do comerciante estranhou o sumiço dele e, cinco dias depois do crime, ao encontrar outras pessoas morando na casa, acionou a polícia.

Desde então, a Polícia Civil de Campo Grande procurava o suspeito. De acordo Delano, o pedreiro foi preso na casa de um parente no Jardim Campo Belo, região norte da cidade. Inicialmente, ele confessou o assassinato de José Leonel e outros quatro crimes, que se somaram a outros dois até a tarde deste sábado.

Os homicídios teriam acontecido entre 2016 e 2020 e, segundo o delegado, aconteceram de formas parecidas. "As vítimas eram pessoas que estavam trabalhando com ele. O suspeito alega que foram desentendimentos no trabalho que ocasionaram a ação dele matar, em todas elas com golpes de algum objeto na cabeça da vítima", afirma.

Ainda segundo Delano, Cléber apontou os locais onde enterrou algumas das vítimas e não demonstrou arrependimento. "Ele fala tranquilamente sobre os crimes e não mostra abalo nenhum ao falar dos assassinatos", finaliza.

Polícias civil e militar, além do Corpo de Bombeiros, fazem varredura em diversos bairros de Campo Grande para procurar ao menos quatro corpos  Foto: Vinicius Santana/Arquivo Pessoal

Polícias civil e militar, além do Corpo de Bombeiros, fazem varredura em diversos bairros de Campo Grande para procurar ao menos quatro corpos — Foto: Vinicius Santana/Arquivo Pessoal

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