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Pequenos produtores de leite de MS deverão ter acesso a melhoramento genético

Pequenos produtores de leite de MS deverão ter acesso a melhoramento genético

02 junho 2016 - 07h30Por Agraer
Consciente de que para incentivar a cadeia produtiva do leite é preciso inovar em tecnologias de melhoria genética e alimentação que atendam o rebanho da pequena, média e grande propriedade, o governo do Estado por intermédio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) está desenvolvendo um programa de inseminação artificial de embriões bovinos de alto potencial produtivo a partir de suas matrizes (óvulos e sêmens).

O anúncio foi feito durante a solenidade do "Leite da Manhã", no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que reuniu diversas autoridades dos poderes Executivo e Legislativo Estadual, governador Reinaldo Azambuja, deputados estaduais e federais, entre outras lideranças.

O objetivo primário do projeto de melhoria genética do gado leiteiro é aumentar a eficiência de produção e qualidade láctea. O diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, afirma que apesar da agricultura familiar necessitar de incentivos, alguns produtores de leite apresentam ordenha acima da média estadual. "Dados do IBGE constam que o Estado tem uma média de ordenha por vaca de 3 litros/dia. Mas através dos nossos profissionais, a Agraer tem conhecimento de que há municípios que registram 7 litros de leite por vaca. O projeto vem para melhorar estes números", afirmou.

Felini informou que o projeto, ainda em fase de elaboração, consistirá em inseminar 5 mil vacas/ano, com o propósito de aperfeiçoar em quatros anos as características genéticas de boa parte dos animais alocados nas pequenas propriedades rurais que usam os serviços estaduais de Ater – Assistência Técnica e Extensão Rural. "Trata-se de um projeto que terá uma atenção à cadeia produtiva do leite, em especial o pequeno produtor. Queremos recuperar a qualidade do rebanho e ainda minimizar a quantidade dos chamados ‘tiradores de leite’, para que todo pequeno produtor tenha um ordenhamento considerável", ressaltou.

Atualmente, Mato Grosso do Sul caiu três casas no ranking brasileiro de produção leiteira, saindo da 12ª para a 15ª posição. "Essa margem de insegurança mostra a situação do Estado em declínio na produção. Entre 2005 e 2015 o Brasil aumentou a captação de leite em torno de 40,7%, enquanto, o Mato Grosso do Sul diminui 20,7%. Nós baixamos de quase 240 milhões de litros/ano para captarmos algo em torno de 190 milhões. Então, nós estamos diminuindo a nossa produção, enquanto, o resto do País cresce", alertou o coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite, Rodney Guadagnin ao fazer uma análise panorâmica do setor.

Atentos ao percentual e confiante na vivência de sua equipe técnica, a Agraer por deliberação do governo do Estado vem tomando medidas que fortifiquem as pequenas propriedades da porteira para dentro. "O governador Reinaldo Azambuja nos deu carta branca para formar na Agraer um time de profissionais capacitados apenas para cuidar da cadeia produtiva do leite. Estamos com 40 técnicos responsáveis por atender este setor em específico. Com isso a nossa meta é atingir uma melhoria de 20% na produtividade. Nos últimos anos, outros estados foram mais competitivos. Entendemos que é preciso reverter isso", disse Felini.

Reversão que vem sendo gerada a partir das políticas públicas de desenvolvimento rural. "Nós devemos olhar para o produtor tecnificado [grande e médio produtor], sim. Mas, também, devemos dar uma atenção ao pequeno produtor. Devemos investir em um banco de touro e de embriões", afirmou o governador que, ainda, aproveitou o momento para destacar outras ações paralelas a melhoria genética. "Não adianta ter um gado geneticamente forte, se para ele não há oferta de uma boa alimentação. É aí que entramos com outros programas como o ‘Terra Boa’, que visa à melhoria de pastagem".

Melhoramento genético, recuperação de solo improdutivo e alimentação balanceada seria, então, o tripé básico para o progresso da produção de leite no Estado. No cocho dos animais, por exemplo, o uso de silagem é um detalhe que faz a diferença na balança produtiva, conforme avaliação do dirigente da Agraer. "Substituir a braquiária por uma gramínea de qualidade superior é importante. A Agraer, nas visitas de campo ou capacitações, orienta o produtor a trocá-la por outras forrageiras que apresentam um melhor nível proteico, algumas chegam 17% a mais. São iniciativas assim que ajudam na produção e podem tornar o Mato Grosso do Sul mais competitivo frente a estados como Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul", avaliou Felini.

E no que tange a agricultura familiar, a competitividade no leite não tardará a chegar graças ao contínuo diálogo do governo do Estado com a Agraer. "Nossa preocupação junto da Agraer é quanto à qualidade do leite e a qualificação dos pequenos produtores seja na lida dos animais como na ordenha e armazenamento do leite. O leite tem de chegar com a qualidade necessária nos laticínios para ser processado", enfatizou Azambuja.

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