"A alavancagem não foi reduzida nem para os nÃveis anteriores à crise", disse, referindo-se à relação entre o dinheiro que está emprestado e o capital dos bancos (quanto maior essa relação, mais risco).
Em palestra na EPGE (Escola de Pós-Graduação em Economia) da FGV do Rio, Engle apresentou as equações desenvolvidas por sua equipe na Escola Stern de Negócios da Universidade de Nova York para medir o risco sistêmico de instituições financeiras.
As tabelas que podem ser consultadas no site http://vlab.stern.nyu.edu incluem um ranking de risco encabeçado pelos bancos Bank of America, Citibank e JP Morgan. Se houvesse outra crise bancária hoje, disse Engels, só o Citibank precisaria de US$ 200 bilhões do governo americano.
O Nobel insistiu na necessidade de regulação do mercado financeiro para evitar novas crises, e lamentou o atraso na implementação da Lei Dodd-Frank, aprovada pelo Congresso americano para aumentar a vigilância sobre os bancos.
"Faltam cerca de 500 regras que têm que ser escritas pelas agências regulatórias. Todos estão trabalhando muito duro, mas são regras complicadas e há muito lobby acontecendo."
Esse risco e as incertezas da situação global, recomendam que os atores econômicos brasileiros evitem a euforia. "Todo mundo, investidores, empresários, reguladores, instituições financeiras, deve se manter um pouco mais conservador."