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Após encontro, Dilma e Temer dizem que manterão relação 'institucional'

Após encontro, Dilma e Temer dizem que manterão relação 'institucional'

10 dezembro 2015 - 07h30Por G1
Após se reunirem por cerca de uma hora na noite desta quarta-feira (9), no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer afirmaram – ela em nota oficial e ele, em entrevista –, que manterão, de agora em diante, uma relação "institucional.

O encontro da noite desta quarta foi o primeiro entre os dois após Temer enviar a Dilma, na última segunda (7), uma carta na qual abordou suposta desconfiança dela em relação a ele e ao PMDB (leia aqui a íntegra). Naquele mesmo dia, em entrevista no Planalto, ela havia reforçado que não desconfia dele "nem um milímetro".

Na mensagem, o peemedebista elencou 11 razões para acreditar que a presidente não confia nele. O vazamento do conteúdo gerou mal-estar e houve repercussão política.

"Combinamos, e eu a presidenta, que teremos uma relação pessoal institucional e a mais fértil possível", limitou-se a dizer o vice-presidente após a audiência com Dilma.

"Na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do país", declarou a presidente, na nota divulgada à imprensa.

Ao Jornal Nacional, assessores de Temer afirmaram que, no encontro, o peemedebista e a presidente Dilma decidiram que o tema do impeachment não será mais abordado em conversas entre os dois.

Além disso, o vice-presidente, segundo assessores, teria dito que não fará declaração pública de apoio ao governo, mas se comprometeu a não vai trabalhar a favor do afastamento da petista do Palácio do Planalto.

Após o encontro, os dois seguiram para as respectivas residências oficiais. Dilma se dirigiu ao Palácio da Alvorada e Temer, ao do Jaburu.

O vazamento da carta enviada pelo vice a DIlma gerou mal-estar na sede do governo. O vice queixou-se de que a mensagem, segundo ele de cunho pessoal, teria sido vazada pela presidente. Interlocutores de Dilma, no entanto, atribuíram o vazamento à Vice-presidência.

Em Brasília, a leitura foi que, com o comunicado, o vice-presidente sinalizou o rompimento dele com o governo. A mensagem gerou intensa repercussão política na capital federal.

Na tentativa de minimizar a crise política no palácio, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou que "não existe razão para se apostar em rompimento" entre a presidente e o vice.

Conforme o Blog do Camarotti, contudo, o clima entre os interlocutores da presidente Dilma com a carta era de "grande indignação" e "contrariedade". Ainda segundo o blog, a mensagem do vice foi tida como um sinal de rompimento entre os dois.

Ao comentar o conteúdo da carta, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), avalio que a mensagem teve cunho "pessoal de desabafo". Enquanto isso, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PE), disse que a carta foi "inoportuna" e a classificou como "desserviço ao Brasil".

Jantar

Após o encontro de cerca de uma hora com Temer, Dilma seguiu para o Palácio da Alvorada, residência oficial, onde jantou com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Justiça), três de seus principais conselheiros políticos e responsáveis pela articulação política do Planalto.

A carta
Em um dos trechos do documento, Temer disse à presidente que sempre teve ciência da "absoluta desconfiança" dela e de seu entorno em relação a ele e ao PMDB, partido do qual ele é presidente nacional.

"Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo", escreveu.

"Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção", disse o vice à presidente, em outro trecho da mensagem.

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