Os estímulos fornecidos pelo governo para a venda de veículos, como a redução dos juros, do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros), têm aquecido as vendas de veículos principalmente para as classes A e B.

De acordo com o economista especializado em varejo automotivo, Ayrton Fontes, muitos consumidores anteciparam a compra do veículo zero quilômetro. O problema, segundo ele, é que apenas os consumidores com maior poder aquisitivo estão conseguindo comprar os carros nesta fase. “Apenas aqueles que conseguem dar entrada de 40% a 50% do valor do veículo ou o carro usado estão conseguindo levar o automóvel com taxas de juros mais baixas, que podem variar de zero a 0,99% a.m. dependendo da montadora”, explica.

Segundo Fontes, essa antecipação tem provocado um grande aumento no estoque de veículos usados, o que é ruim para as concessionárias, já que os bancos dificultam ainda mais a liberação de crédito para a compra desse tipo de veículo.

Além disso, o economista explica que os consumidores da classe C, que foram os responsáveis por manter o mercado de veículos aquecido nos últimos cinco anos, agora encontram mais dificuldade para financiar os veículos. “Tudo isso por causa das altas taxas de inadimplência nos contratos de financiamentos de veículos que não param de subir”, explica.

Vendas

Segundo Fontes, as vendas de veículos aumentaram consideravelmente na primeira quinzena de junho, registrando um aumento de mais de 18% em comparação a primeira quinzena de maio. “Sem dúvida, esse resultado é um reflexo da redução do IPI, juros e IOF”, comenta.