A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada pelo Congresso Nacional para investigar o esquema comandado por Carlinhos Cachoeira deve investigar os contratos da Delta Construtora em Mato Grosso do Sul. A empreiteira firmou convênios com o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit/MS) para execução de obras nas principais rodovias do Estado — como a BR-163, a BR-267 e dois trechos da BR-262. Em 2010, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou irregularidades nas obras dessas rodovias. Entre elas estavam a falta de projeto básico, falhas na fiscalização, sobrepreço e superfaturamento.
Apesar dos vários contratos com o Dnit/MS, a Delta não possui nenhum contrato com o Governo do Estado nem com a Prefeitura de Campo Grande. O governador André Puccinelli (PMDB) chegou a declarar ontem (23) sua torcida para a vinda da CPI ao Estado e disse ter inclusive orientado seu grupo político a votar no Congresso Nacional em favor do esclarecimento dos fatos.
Apesar de a Delta estar enraizada no Rio de Janeiro, no Ceará e em Brasília — além de Goiás, estado do senador Demóstenes Torres (sem partido), flagrado em conversas com Cachoeira — o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia, defendeu ontem que a CPI investigue também os negócios da Delta em todos os estados em que a empreiteira tenha contratos.