A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco - cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton - em Mariana (MG) já chegou ao mar, neste domingo (22), após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, segundo o Serviço Geológico do Brasil.
O rompimento da barragem aconteceu no dia 5 de novembro e causou uma enxurrada de lama no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central de Minas Gerais.
Desde então, a onda de rejeitos seguiu pelo Rio Doce e atingiu três municípios capixabas: Linhares, que não usa as águas do Rio Doce para abastecimento da cidade; Baixo Guandu, que passou a usar as águas do Rio Guandu; e Colatina, que tinha o rio como única fonte de captação e há cinco dias suspendeu o uso da água.
A água com tonalidade turva começou a desaguar na praia de Regência no fim da tarde deste sábado (21). Com a chegada da parte com elevada turbidez ao mar, a equipe do Serviço Geológico do Brasil encerrou os serviços em terras capixabas.
Segundo um dos engenheiros, eles recolheram uma última amostra da água do Rio Doce em Regência na manhã deste domingo (22), para análise em Belo Horizonte (MG).
Máquinas contratadas pela Samarco tem realizado a abertura da boca da barra no sentido Norte, em Regência, fazendo a manutenção do canal, para facilitar o escoamento da lama. O objetivo é que ela corra para o mar e se dilua. O serviço é acompanhado pela Prefeitura de Linhares.
Bóias de contenção
A água com elevada turbidez ultrapassou as bóias de contenção da barreira de 9 km instalada por uma empresa a pedido da Samarco, na Foz do Rio Doce. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, isso já era esperado, porque as bóias são para conter óleo e não lama.
Entretanto, a Samarco informou que o esperado com a instalação é isolar a fauna e a flora que vivem no entorno, mas que as bóias conseguiram também conter a parte mais grossa da lama.
Praias
A Prefeitura de Linhares emitiu um alerta para que as pessoas não entrem nas praias de Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga, porque a água está imprópria para banho.