sábado, 04 de maio de 2024

PF em MS prende suspeitos de envolvimento na morte de cacique

04 julho 2012 - 15h00
G1 MS


A Polícia Federal em Ponta Porã, a 346 km de Campo Grande, cumpre, nesta quarta-feira (4), oito mandados de prisão na investigação da morte do cacique Nisio Gomes, desaparecido desde ataque a um no acampamento indígena Guaiviry, da etnia guarany-kaiwá, ocorrido no dia 18 de novembro de 2011, em Aral Moreira, extremo sul do estado.

A PF informou que novas provas apontam que o índio “foi morto por pessoas vinculadas a uma empresa de segurança privada da cidade de Dourados”. Até a ação desta quarta-feira, a PF tratava o caso como desaparecimento. Em nota, é a primeira citação oficial da polícia de que Nisio Gomes morreu no confronto ocorrido em novembro de 2011.

Segundo a PF, seis fazendeiros, um advogado e um servidor público tiveram “participação e responsabilidade no planejamento e fornecimento das armas que culminaram na ação criminosa”. Os presos serão levados para a sede da PF em Ponta Porã.

Além dos oito mandados de prisão, a polícia informa que outras prisões podem acontecer e a equipe ainda está em busca do corpo do indígena. Segundo assessoria da PF, os detidos na última ação da PF, em junho deste ano – entre eles, o dono de empresa de segurança – não confessaram participação na retirada dos índios ou na morte de Gomes.

Crime

Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), havia cerca de 30 indígenas no acampamento, localizado próximo a fronteira com o Paraguai, no momento da invasão. Os indígenas afirmam que aproximadamente 20 homens chegaram ao local em caminhonetes. Eles teriam atirado com armas de balas de borracha. Três pessoas foram atingidas. O cacique Nísio Gomes, de 59 anos, desapareceu e os índios afirmam que ele foi levado pelos invasores.

As investigações da Polícia Federal apontaram que fazendeiros da região teriam contratado seguranças de uma empresa privada de segurança para retirar os índios do local. Quatro fazendeiros, um advogado, dois administradores da empresa de segurança e outras três pessoas foram indiciados por lesão corporal, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo.
Três integrantes do grupo de agressores chegaram a ser presos, mas foram soltos no decorrer do inquérito.

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