Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob acusação de tentar embaraçar as investigações da operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT) só saberá se irá virar réu ou não em 2016. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou suas atividades este ano. Enquanto isso, o petista, que está com a filiação partidária suspensa, segue para completar um mês preso.
Caso o STF aceite a denúncia -- o que só poderá ser feito pelo plenário da Corte, com 11 ministros – Delcídio passará à condição de réu num processo penal.
O senador foi gravado prometendo ao filho de Cerveró conversar com ministros do STF para libertar o ex-diretor da Petrobras e sugerindo plano de fuga para ele, rumo a Espanha e passando pelo Paraguai. Segundo as investigações, Delcídio também prometeu ajuda financeira de R$ 50 mil mensais para a família e honorários de R$ 4 milhões para o advogado em troca do silêncio de Cerveró, em sua delação premiada, em relação a suspeitas sobre ele.
MAIS ACUSAÇÕES
Em depoimento de delação premiada, o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que Delcídio seria o responsável por definir o destino da propina nas obras da refinaria de Pasadena pela Petrobras. Ainda conforme Cerveró, o senador já teria recebido, pelo menos, 1,5 milhão de dólares de propina.
CUNHA
A decisão de afastar do mandato o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, também fica para o ano que vem. Segundo a Procuradoria Geral da República, ele teria recebido US$ 5 milhões de propina da Petrobras.
Além disso, o deputado também é investigado por suspeita de possuir contas secretas na Suíça.