Delcídio deixa PF e é transferido para batalhão da PM do DF
18 dezembro 2015 - 13h17Por Fonte: correiodoestado
O ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS) deixou nesta sexta-feira (18) a carceragem da superintendência da Polícia Federal em Brasília para cumprir pena na sede do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Distrito Federal (BPTrans). De acordo com o porta-voz da PM do DF, capitão Michello Bueno, ele chegou ao batalhão às 10h25.
A sede do BPTrans fica próxima ao Palácio do Buriti, sede do governo local, a alguns quilômetros da Esplanada dos Ministérios.
A sede do Batalhão de Trânsito onde Delcídio ficará preso é um alojamento de oficiais com dois quartos. Cada quarto tem duas beliches e um armário pequeno. Entre os dois quartos há um banheiro, uma sala média com sofá e mesa de jantar, além de uma área que se aproxima de um quintal, destinada ao banho de sol, e que conta com um tanque para lavar roupa.
Delcídio está preso desde 25 de novembro, acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O parlamentar, que está com a filiação partidária suspensa pelo PT, cumpre prisão preventiva, sem prazo para acabar.
Na última sexta (11), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a transferência de Delcídio da carceragem da superintendência da Polícia Federal em Brasília para um quartel da PM do DF. O pedido de transferência foi formalizado pela defesa de Delcídio.
Ao decidir nesta quinta-feira (17) manter o senador do PT na cadeia, o ministro da Suprema Corte alegou que não houve “mudança no estado dos fatos” que autorizasse a revogação da prisão ou regime mais brando de restrição da liberdade.
De acordo com a Procuradoria Geral da República, que já denunciou Delcídio ao STF, ele operou para dificultar a delação premiada do ex-diretor da estatal do petróleo Nestor Cerveró com o objetivo de evitar que viesse à tona o seu envolvimento nas irregularidades cometidas na compra, por parte da Petrobras, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Uma gravação feita pelo filho de Cerveró, revelada pela PGR, mostra que o parlamentar petista chegou a oferecer uma rota de fuga para o ex-dirigente da petroleira deixar o país, evitando assim que ele fizesse a delação premiada.
Na superintendência da PF, o petista estava em uma sala administrativa que, geralmente, é utilizada por servidores de plantão, e não possui cama nem banheiro. A PF improvisou um colchão de solteiro para ele dormir.
Na sede da PF em Brasília, ele recebia a mesma alimentação que é oferecida aos demais presos da carceragem de passagem. Conforme a PF, ele não tinha acesso a celular, televisão e internet.