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Um dos exemplos mais nítidos é posto de combustível: comunidade paga até R$ 5,00/L pela gasolina

Um dos exemplos mais nítidos é posto de combustível: comunidade paga até R$ 5,00/L pela gasolina

26 novembro 2012 - 12h00
Jornal Regional de Ponta Porã

O Assentamento Itamarati vem crescendo significativamente sem principais serviços básicos e com problemas de infraestrutura que dificultam o trabalho da comunidade local, principalmente dos agricultores. O comércio vem apresentando crescimento, com várias lojas, empresas gerando emprego e renda. Um dos principais problemas apontados pela comunidade é a falta de um posto de combustível.

Com isso, a população do assentamento é obrigada a adquirir gasolina, por exemplo, revendidos ilegalmente em garrafas pet, ocasionando sérios riscos. Outros problemas são a falta de uma infraestrutura básica, como de transportes com manutenção das estradas. Um dos principais anseios da comunidade, a telefonia celular, já chegou e hoje a população já conta com esse serviço.


O único posto de combustível oriundo da antiga Fazenda Itamarati, apesar de ter toda estrutura para funcionar, ainda está fechado. O empresário João Alberto Langer dotou o local de toda estrutura para atender a comunidade, mas entraves de ordem burocrática impedem o seu funcionamento. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Orélio Maciel, é um dos que aponta o fechamento como prejudicial para todo o assentamento. “Estamos à mercê de uma agiotagem de combustível, pois um litro de gasolina é revendido a até cinco reais”, diz ele.

O Assentamento Itamarati, um dos maiores do país, foi implantado em 2002 numa área de 25.000 ha, e hoje possui uma população de quase 16 mil pessoas organizado em quatro movimentos sociais como a AMFFI, CUT, FETAGRI e MST. Com uma população de quase 16 mil habitantes (15.867 pessoas) e um núcleo urbano de 80 hectares, o Projeto de Assentamento Itamarati já sustenta o porte de um município. E a maior indicação desse potencial é a produção de cereais com destaque para soja, milho e feijão, que na safra 2011/2012 foi fechada com 72.900.000 kg desses produtos.

A falta de serviços básicos dificultam e muito a vida de toda a comunidade, que se vê a mercê de situações que não precisaria passar, como é o exemplo do posto de combustível. O empresário João Alberto Langer possui toda a documentação para funcionamento, inclusive da ANP (Agência Nacional do Petróleo), o alvará para abertura e o certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros. Quando celebrou o contrato com a Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Itamarati, tudo foi feito sob a anuência do Incra à época, que apoiou a iniciativa, já que a abertura do posto de combustível iria beneficiar toda a comunidade.



A própria comunidade, através dos segmentos organizados, vem se mobilizando para garantir a abertura do posto, que depende agora de um aval do MPF para começar a funcionar e atender a população do assentamento. O empresário João Alberto Langer disse que quando celebrou o contrato para explorar comercialmente o local, o que havia sobrado do posto era utilizado por andarilhos e usuários de drogas, o prédio estava semi-demolido e praticamente toda estrutura inutilizável.

“Recebi e passei a investir quase todo meu capital para trabalhar e fazer funcionar o posto e assim atender a comunidade, mas agora estou sendo prejudicado pela demora na concessão do aval para operar”, disse ele. A licença ambiental de funcionamento depende do aval do Ministério Público Federal para que possa ser concedido e assim o posto de combustível voltar a funcionar e atender a população do Itamarati.

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