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Dourados

HE pode enfrentar greve por constante atraso de salários

16 dezembro 2014 - 09h10Por Fonte: douradosagora
O Hospital Evangélico de Dourados pode enfrentar uma greve geral por parte da categoria de enfermagem. O motivo seria o constante atraso de salários que se arrasta há mais de um ano. Até ontem não havia sido pago o mês de novembro e nem a primeira parcela do décimo terceiro. Sem receber, os funcionários têm que apelar por ajuda de parentes e amigos e pagar as contas sempre com juros.

Por medo de perder o emprego, nenhum funcionário fala sobre o assunto, mas o clima no maior e mais antigo hospital em Dourados é de insatisfação. "Vivo de aluguel e todo o mês acontece isso, salário pago com 10, 15 dias de atraso. Minhas contas sempre são pagas depois de vencidas e isso é ruim", disse uma técnica de enfermagem que preferiu não se identificar.

Hoje pela haverá uma assembleia em frente ao hospital com a participação do Sindicato da Enfermagem, que já entrou com ação judicial contra o hospital, pelo constante atraso de pagamento. "Vamos deliberar durante essa reunião a aprovação ou não da greve. Se for votado o "sim", a partir de sexta-feira a enfermagem estará de braços cruzados", anuncia o presidente da categoria, Lazaro Santana.

De acordo com ele, o atraso de pagamento é um desrespeito com os funcionários. "Vemos isso como falta de gestão do hospital. Antes utilizavam-se da desculpa que o pagamento não era feito porque dependia de recursos do governo federal. Mas desde setembro o HE não administra mais o Hospital da Vida. Cabe ao Evangélico pagar os funcionários com recursos próprios", reiterou Lazaro.

O Evangélico é um hospital privado que atende convênios com planos de saúde, particular e oferece serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS), na áreas de oncologia, cardiologia e nefrologia. Em julho deste ano a unidade anunciou dívidas de R$ 40 milhões e culpou o governos federal, estadual e municipal pela falta de repasse não suficiente para atender o SUS.

Uma comissão de apoio ao Evangélico, criada em julho pelos próprios funcionários, a maioria do alto escalão, pediu intervenção na época dos governos municipal e estadual para 'salvar' o hospital que estava em crise financeira. A comissão chegou a divulgar que por mês o SUS tinha déficit de aproximadamente R$ 1,2 milhão com o hospital. No entanto, essa comissão já não existe mais e ninguém quer falar sobre o assunto, inclusive sobre o comunicado que o Evangélico poderia fechar as portas em até 90 dias, prazo encerrado no final de outubro.

A reportagem procurou o Hospital Evangélico para falar sobre os atrasos salariais. De forma limitada, a assessoria do hospital se limitou a responder algumas indagações, mas afirmou que 50% da folha de pagamento já está quitada, restando honrar o salário de 300 funcionários, porém sem citar quando isso irá ocorrer. Alegou também que esse atraso é motivo da falta de repasse de recursos do governo federal, referente ao mês de novembro, não realizado até agora.

O Hospital não quis falar qual o valor do repasse que o governo federal deve fazer, tampouco sobre a crise financeira e devido ser uma unidade privada depende exclusivamente de recursos do governo federal para pagar os funcionários, que não são contratados pelo poder público, mas sim pelo Evangélico.

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