Indígenas protestam com cruzes e tentam entrar na Assembleia
Os índios afirmam que cada cruz representa uma morte em conflito
25 novembro 2015 - 12h14Por Fonte: correiodoestado
Indígenas protestam, desde o início da manhã desta quarta-feira (25), contra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cimi. Os índios colocaram cruzes em frente à Assembleia Legislativa para representar as mortes ocorridas em conflitos.
Com lanças nas mãos, os índios tentaram entrar na Assembleia, mas foram barrados pela segurança. Minutos depois do fim da sessão, houve a liberação para a entrada dos indígenas, que lotam o plenário. Vários ônibus estão em frente da Assembleia.
A CPI do Cimi é composta pela presidente, deputada Mara Caseiro (PTdoB); o vice-presidente, deputado Marquinhos Trad (PMDB); e o relator Paulo Corrêa (PR). Também são membros os deputados Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT).
GENOCÍDIO
A CPI do Genocídio foi aprovada na Assembleia Legislativa no dia 13 de outubro, o presidente da Casa, Junior Mochi (PMDB), determinou a publicação do ato constitutivo da CPI.
Essa comissão foi montada para investigar a possível omissão do Estado nos casos de violência contra os povos indígenas no período de 2000 a 2015. Na quarta-feira (7) da semana passada, o deputado Pedro Kemp (PT) apresentou requerimento à presidência para abertura da CPI.
Vários indígenas estiveram presentes na sessão para pressionar os parlamentares. O requerimento teve autoria da bancada do PT, formada ainda por Amarildo Cruz, João Grandão e Cabo Almi.
Também assinaram o pedido Mara Caseiro (PT do B), Zé Teixeira (DEM), Paulo Corrêa (PR, Beto Pereira (PDT) e Lidio Lopes (PEN).
O presidente da Comissão de Constituição de Justiça e Redação (CCJR), Barbosinha (PSB), assinou o ato dando parecer favorável.
Segundo documento entrega aos deputados na semana passada, consta a denúncia de que 390 índios foram assassinados ao longo dos últimos anos e ainda houve 512 suicídios em um período de 12 anos, ocasionados pela degradação da vida desses povos em Mato Grosso do Sul por conta dos conflitos agrários.
“São denúncias de torturas, ameaças e sequestros.
Além disso, há o impedimento do direito de ir e vir das famílias indígenas que estão nas zonas de conflito”, afirmou Pedro Kemp, sugerindo que existem milícias armadas que atuam para inibir a vida dos índios.