Polícia exuma corpo de bebê para investigar suspeita de erro médico
16 dezembro 2015 - 12h23Por Fonte: campograndenews
O corpo da bebê Maria Eduarda, de cinco dias, foi exumado no Cemitério Memorial Park na manhã de hoje (16), para que a Polícia Civil investigue as circunstâncias da morte. A criança morreu cinco dias depois do nascimento no HR (Hospital Regional) e suspeita é de erro médico.
Conforme o motorista Wendel da Silva Melo, 28 anos, pai da criança, a menina nasceu saudável no dia 24 do mês passado. Três dias depois, a criança ficou febril e foi levada ao Hospital Regional.
Lá, a médica fez exames de sangue e raio X e informou aos pais que foram detectadas duas manchas no pulmão da criança, mas que poderia ser natural. A médica, então, passou uma medicação e disse que o bebê ficaria em observação.
Por volta das 9h do dia 29 de novembro, o bebê começou passar mal após ter tomado uma injeção. “Ela ficou roxa e a minha esposa chamou as enfermeiras. O bebê foi para a emergência, mas já chegou morto, segundo informação da equipe médica”, contou Wendel.
O velório foi realizado na segunda-feira (30) e no dia seguinte os pais procuraram a Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul. O casal foi orientado a procurar a delegacia e registrar boletim de ocorrência. Na certidão de óbito da criança consta que a morte foi causada por insuficiência respiratória aguda e broncopneumonia.
Segundo a dona de casa Carina Portilho de Souza, 22 anos, mãe da criança, foram solicitados todos os documentos ao hospital, porém o prontuário com a prescrição médica de internação foi extraviado, conforme a direção da unidade informou aos pais.
Agora, o pedido será feito formalmente pelo delegado da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio de Souza Lauretto, que investiga o caso. “Foi feita a exumação, porque o caso chegou à polícia depois do sepultamento da criança”, explica a autoridade policial.
A polícia vai aguardar os resultados dos laudos do Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) para confrontar com os documentos que serão apresentados pelo hospital. “Os pais questionam o procedimento de interação e a medicação que foi ministrada”, conta.
Conforme o presidente da Associação de Vítimas de Erros Médicos, Valdemar Morais, o caso também será levado ao Ministério Público, porque crianças estão morrendo com muita frequência nos hospitais e os prontuários sumindo. “Tenho certeza que foi erro médico e por isso vou até o fim”, lamenta a mãe.
Carina explica que durante a gravidez contraiu uma bactéria, mas que os médicos disseram que a criança nasceria saudável. “Não acredito que isso tenha levado o bebê a morte”.