sexta, 26 de abril de 2024
Dourados

Sem dinheiro, 'Hospital do Câncer' volta a deixar de atender pacientes

07 janeiro 2015 - 09h16Por Fonte: douradosagora
A direção do 'Hospital do Câncer' em Dourados voltou a anunciar que por falta de repasse de recursos deixará de atender os pacientes a partir desta semana. "Voltamos a chegar numa situação insustentável, com medicamentos chegando ao fim, contas para pagar", disse Davi Vieira, um dos médicos responsáveis por uma empresa terceirizada que presta o serviço de oncologia na unidade.

O atraso de repasse é antigo e a direção do Hospital do Câncer quer pôr um fim nesse problema. "Alguma coisa tem que ser feita. Só vamos atender àqueles com procedimento agendado", reiterou o médico.

O 'Hospital do Câncer', como popularmente é conhecido, foi construído com dinheiro da população através da Associação de Combate ao Câncer em anexo ao Hospital Evangélico, unidade privada e a única credenciada pelo Ministério da Saúde a oferecer tratamento de oncologia em Dourados.

De acordo com Davi Vieira, as despesas da prestação de serviços na oncologia gira em torno de R$ 350 a R$ 400 mil por mês. Esse dinheiro é custeado pelo governo federal, por meio de convênio com a prefeitura de Dourados que ao receber a verba encaminha ao Evangélico, que por sua vez repassa para a empresa terceirizada de oncologia. "Quando o dinheiro chega no Evangélico trava tudo", conclui Davi Vieira.

Assim também funciona em atendimentos nas áreas de nefrologia (rins) e cardiologia em Dourados, onde os hospitais públicos do município não oferecem esse serviço e a prefeitura acaba recorrendo ao Evangélico que terceiriza o serviço. Para oferecer atendimento nessas três áreas o Evangélico recebe cerca de R$ 1,4 milhão mensalmente.

No mês passado, quando enfermeiros do Evangélico fizeram operação tartaruga em razão do constante atraso de pagamento de salário, a direção do hospital alegou que esse problema ocorre porque o governo federal teria atrasado o repasse, dinheiro destinado para cardiologia, oncologia e nefrologia e não para pagar funcionários do Evangélico, que é uma unidade particular.

O secretário de saúde Sebastião Nogueira chegou a criticar a forma com que o hospital conduz a gestão, utilizando o recurso do governo para pagar funcionários. Ele chegou a citar a realização de um estudo técnico de forma a repassar esses serviços prestados pelo Evangélico a outro hospital, para evitar 'dores de cabeça'.

Deixe seu Comentário

Leia Também

ECONOMIA

Cesta básica nacional terá 15 alimentos com imposto zerado

SAÚDE

SUS terá sala de acolhimento para mulheres vítimas de violência

ECONOMIA

Reforma propõe devolução de 50% em luz, água e gás a mais pobres

SAÚDE

Brasil tem quase 4 milhões de casos prováveis de dengue