Tortura a adolescente motivou prisão de três policiais
20 janeiro 2016 - 15h02Por Fonte: correiodoestado
Agressões contra um adolescente, de 15 anos, na noite de ontem (19), motivaram a prisão de três policiais militares pela Corregedoria da PM. Segundo o pai da vítima, de 52 anos, o garoto foi levado para uma casa abandonada no bairro Silvia Regina, onde foi agredido com pedaço de madeira durante horas. A identificação dos militares não foi divulgada.
À reportagem do Portal Correio do Estado, o pai do garoto disse que por volta de 13h30min, o filho dele estava na garupa de motocicleta conduzida por um conhecido, quando receberam ordem de parada de policiais que passavam pela avenida Júlio de Castilhos.
O condutor da moto desobedeceu a ordem dos policiais, pediu para o adolescente descer e fugiu. O motivo da fuga, segundo o pai do garoto, era que o condutor da moto não tinha habilitação e o documento do veículo estava atrasado.
Segundo o relato, quando os policiais viram o adolescente, ordenaram que ele entrasse na viatura e o levaram para uma casa abandonada, onde deram início a uma sessão de tortura. "Eles queriam que ele contasse o endereço do rapaz, mas ele não sabia e deu o endereço da minha casa. Eu nem sabia que ele estava com policiais".
Quando os policiais chegaram na casa, o garoto estava na viatura e teria gritado por socorro. Os PMs deixaram o local, mas o pai do adolescente passou a perseguir a viatura. Ele anotou o número do veículo e acionou o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), onde foi informado de que não haviam registrado nenhuma ocorrência contra o o filho dele.
"Meu filho foi agredido com pedaço de pau. Se ele tivesse feito algo, deveriam ter levado para uma delegacia especializada. Trataram menor como bandido", declarou o pai.
O garoto foi deixado pelos policiais no bairro José Abrão e teve de voltar para a casa a pé, porque, segundo o pai, o chip do celular dele foi quebrado pelos policiais.
O adolescente tinha sido apreendido em uma ocasião anterior durante investigação do crime de furto.
REPERCUSSÃO
Para associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (ACS) a prisão dos policiais foi injusta em razão de suposta falta de provas nos depoimentos.
"Até que se prove o contrário, as prisões são desestímulo aos policiais que querem trabalhar de verdade", disse o presidente da ACS, Edmar Soares da Silva.