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SAÚDE

Quem tem rinite alérgica pode ter gato ou cachorro em casa?

24 junho 2019 - 19h00Por Rosane Bleivas Bergwerk/Minha Vida

A rinite alérgica é definida como uma doença inflamatória da mucosa nasal, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos e sensibilizados à alérgenos inaláveis como poeira doméstica, fungos, pólens, baratas e, inclusive, epitélios de animais.

Caracteriza-se por sintomas como espirros, coceira nasal, entupimento nasal e coriza, que aparecem com maior ou menor frequência e intensidade, o que determinará a necessidade de tratamento preventivo.
 

Inicialmente, para determinar a orientação ambiental, deve ser realizada a dosagem de IgE específica para alérgenos no sangue ou teste alérgico de puntura que poderá identificar a sensibilidade para poeira, epitélio de animais, fungos, pólens ou baratas. Se o teste for positivo e houver uma correlação clínica com o alérgeno identificado, pode-se considerar alergia (exemplo: teste alérgico positivo para pelo de cachorro e realmente a pessoa apresenta sintomas como espirros, coriza e entupimento nasal quando abraça o cachorro e o segura. Nesse caso, considera-se que a pessoa é alérgica ao epitélio de cachorro).

Para os pacientes que apresentam IgE específica positiva ou teste alérgico positivo para epitélio de cachorro e gato - além de sintomas de rinite -, a orientação é realmente evitar ter animais do interior do domicílio. No entanto, um aspecto que deve ser considerado é o fator emocional, uma vez que o paciente ou a família tem um vínculo afetivo forte com seus pets. Às vezes, a retirada do animal da casa é uma tarefa muito difícil. Caso não seja possível, é recomendável dar banho nele uma vez por semana, evitar que durma na cama dos habitantes da casa e intensificar a limpeza geral de todos os cômodos.

Os alérgenos do cão e gato são provenientes de sua saliva, pelo, pele, assim como também da urina. Os alérgenos dos gatos podem se depositar na poeira domiciliar. Por isso que, mesmo que o animal seja removido do ambiente, o alérgeno ainda permanece aderido a tapetes, sofás, colchões, paredes e vestimentas. Os alérgenos de cão têm o mesmo comportamento, mas os de gatos parecem ser mais aderentes ao ambiente. No caso de gatos, os níveis de antígenos diminuem lentamente após quatro a seis meses da sua retirada. De qualquer forma, quem é alérgico a pelo de gato e cachorro deve adotar as seguintes medidas em relação a ácaros:

 

    • Colocar capa de colchão e travesseiro com material impermeável
    • Trocar roupa de cama com frequência, lavando a mesma com água quente (maior que 55 graus)
    • Expor o colchão ao sol
    • Retirar carpetes dos ambientes, substituindo-os por piso de cerâmica, madeira ou vinil. Limpar o chão com pano úmido sem varrer
    • Retirar cortinas da casa, substituindo-as por persianas ou lavar as cortinas com frequência
    • Utilizar aspiradores de pó com filtro HEPA, já que os aspiradores comuns podem aumentar a quantidade de aeroalérgenos no ambiente
    • Sofás devem apresentar material impermeável
    • Cobertores devem ser substituídos por edredons
    • Evitar bichos de pelúcia
    • Dar preferência a brinquedos de plásticos que possam ser lavados. Evitar locais que acumulem pó no quarto, dando preferência a colocação de objetos em caixas fechadas.

A higiene ambiental diminui os sintomas e as crises dos pacientes alérgenos. Com certeza o tratamento deve ser complementado com medicamentos e/ou com imunoterapia específica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunoterapia com extratos alergênicos é a única forma de tratamento da rinite alérgica capaz de alterar a evolução natural da doença. Deve ser realizada por tempo prolongado por um período mínimo de 3 anos.

A eficácia da terapia depende do uso correto das medicações, da higiene ambiental e do acompanhamento assíduo com o especialista alergologista.

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