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‘Ensino jurídico precisa melhorar’, diz OAB sobre índice de aprovação

‘Ensino jurídico precisa melhorar’, diz OAB sobre índice de aprovação

17 agosto 2012 - 14h50
Diario MS


O índice de aprovação no Exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mato Grosso do Sul preocupa a seção estadual da entidade. Dos 2413 inscritos para a prova realizada neste meio de ano, apenas 13,46% passaram pelas duas fases e foram aprovados. Presidente da Ordem no Estado, Leonardo Duarte disse que esse resultado está pouco abaixo da média nacional, mas reconheceu que é “um indicativo de que o ensino jurídico precisa melhorar com urgência”.

“Esse índice se manteve padrão no Estado, sempre oscilou em 20%, mas nesse exame que é de meio de ano a aprovação é historicamente um pouco mais baixa”, informou o presidente da OAB-MS. Duarte ainda explicou que a média nacional não passou de 15% na mais recente avaliação.

Dentre as universidades instaladas em território sul-mato-grossense, os melhores resultados foram obtidos pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) – campus Campo Grande – e UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Elas alcançaram, respectivamente, 41,54% e 31,82% de aprovação.

O presidente da OAB-MS creditou os índices abaixo de 50% por causa da polarização do ensino de Direito no Estado. Segundo ele, isso faz com não haja grandes concentrações de bons estudantes numa única unidade de ensino superior. Além disso, o representante de classe considera que os resultados deixam a desejar em consequência de um ensino básico deficitário no país.

“Principalmente o ensino médio está muito ruim; o acadêmico chega na faculdade sem saber interpretar e redigir texto e a faculdade não corrige isso”, afirma. Essa é a explicação que ele apresentou para a diferença de aprovações nas duas fases do Exame. Na 1ª, que teve 2370 presentes e 922 aprovados, caem “questões mais decoreba”, segundo Duarte. Na 2ª, são exigidas redações (foram 915 presentes e 319 aprovados).

De acordo com Leonardo Duarte, a entidade tem feito um acompanhamento das instituições de ensino superior para garantir a qualidade dos cursos de Direito. “Esse índice é um indicativo que o ensino jurídico precisa melhorar com urgência e isso depende também dos estudantes e não só das faculdades”, alerta.

Coordenador do curso de Direito da UFGD, Douglas Policarpo concorda com o posicionamento da OAB-MS. Para ele, é difícil sanar todas as dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante a faculdade. “No nosso caso fazemos cursos internos, de interpretação de texto e argumentação jurídica”, relata.
Policarpo considerou o resultado da UFGD positivo, mas pontuou a necessidade de melhorias. “Esse índice é um importante mecanismo de análise do curso; se o aluno não for bem aprovado, temos que adequá-lo”.

O campus de Dourados da Uems obteve índice de 25% de aprovação. Já a Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados) obteve 12,86%. Os menores percentuais ficaram por conta da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) de São Gabriel do Oeste e Facinan (Faculdade de Ciências Contáveis de Nova Andradina). Ambas figuram no levantamento com 0%.

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