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Conselho de Odontologia alerta para falta de profissionais nos hospitais

14 maio 2012 - 15h09
Divulgação (TP)

Lavar as mãos e esterilizar materiais utilizados pelos pacientes são alguns procedimentos adotados para combater a infecção hospitalar, mas um dos principais cuidados para se evitar a transmissão de microorganismos nesses ambientes parecem ser esquecidos pelos hospitais: a higienização da boca.


Estudos realizados no Brasil pela Associação Nacional de Biossegurança (Anbio) trazem números alarmantes: em média, 80% dos hospitais não fazem o controle adequado. O índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19%, podendo chegar, dependendo da unidade, a 88,3%. Ainda conforme o estudo, cerca de cem mil pessoas morrem por ano em decorrência das infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país.


Uma das infecções mais comuns é a pneumonia, que poderia ser facilmente prevenida por meio do acompanhamento do Cirurgião-Dentista. “Essa infecção acontece por meio da aspiração da saliva. Sem a higienização da boca, em 48 horas já acumulam placas bacterianas que vão ocasionar a pneumonia”, explica a Cirurgiã-Dentista, membro da Comissão da Odontologia Hospitalar do CRO-MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul), Regina Raffaele.


A especialista afirma que uma infecção bucal pode além de alterar resultados dos exames, agravar o quadro clínico do paciente. “A boca é algo muito delicado e que deve receber atenção. Um problema com infecção pode até desencadear algumas patologias como a diabetes e insuficiência cardíaca”, explica.


A presença de um Cirurgião-Dentista no Hospital ainda vai gerar uma economia. “Com um profissional da odontologia fazendo o acompanhamento do paciente, conseguimos reduzir o tempo de internação em cerca de três dias”, afirma a Cirurgiã-Dentista, Juliana Santiago Setti.



Cirurgião-Dentista na UTI

No mês de abril, a Comissão de Seguridade Social e Família – CSSF da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.776/2008, com novo substitutivo. O documento alterado estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e demais instituições públicas e privadas que mantenham pacientes sob regime de internação, em médios e grandes hospitais do Brasil.


De acordo com o CFO (Conselho Federal de Odontologia) a presença do Cirurgião-Dentista no ambiente hospitalar garantirá a redução de 40% na permanência dos pacientes internados, pois evitarão outras infecções e até o óbito.

Agora, o PL 2.776/2008 tramita em caráter terminativo e não precisará passar pelo Plenário. A matéria passará pela apreciação da Comissão de Constituição e Justiça, e, em seguida será encaminhada ao Senado Federal.



- Segundo a Portaria nº 930, de 26/08/1992, do Ministério da Saúde “infecção hospitalar é qualquer infecção adquirida após internação do paciente e que se manifesta durante a internação, ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”.

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