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ARTIGO

Agronegócio: o que observar em maio?

17 maio 2019 - 08h00Por Da Redação com informações do CGNews

Em abril alguns dos destaques na área internacional: primeiro, um estudo da FAO/ONU mostrando que o crescimento na demanda por alimentos deve se desacelerar nos próximos anos, devido a um menor crescimento da população mundial, uma estabilização em 3,5% ao ano do crescimento da atividade econômica e petróleo ao redor de US$ 65 a 70 o barril.

A produção agrícola aumentaria ao redor de 15% neste período. Acho conservador quando se olha todas as mudanças acontecendo no mundo asiático, mas mesmo assim temos chances de crescimento pela frente.

O segundo ponto é o agravamento da peste suína africana na China, que detém 50% da produção mundial. Numa das maiores crises desta década, segundo o Rabobank, cerca de 200 milhões de porcos devem ser abatidos, em um rebanho estimado de 360 milhões de animais. Estima-se queda de 30% na produção chinesa, o que reduziria a demanda por rações (demanda por farelo pode cair entre 10% e 20%).

Precisamos avaliar com que velocidade se dará a inevitável invasão chinesa comprando carnes no mercado mundial, fruto da queda na produção devido ao abate de todos esses animais, que aparentemente não podem ser consumidos.

Aqui deve-se considerar: a) a velocidade de infecção na China e outros países asiáticos com baixas condições sanitárias; b) que outras proteínas alternativas podem entrar substituindo a carne suína (outras carnes ou outros produtos); c) o efeito nas taxas de consumo com maiores preços ao consumidor chinês; d) sua capacidade de atuar nos controles e reposição; e e) os efeitos para os fabricantes de rações, para os suínos e consequentemente na importação de grãos.

Para o Brasil o impacto num primeiro momento é positivo para as carnes e negativo para os grãos, que em parte precisarão ser redirecionados da exportação para a fabricação de rações aqui no Brasil visando expandir a produção de carnes.

Nos fatos do Brasil, a nova estimativa da produção de grãos feita pela Conab é de 235,3 milhões de toneladas (m.t.), quase 1% maior que a estimativa de março e 3,4% maior que a safra 2017/18.

Quem puxou para cima esta estimativa em relação à anterior foi a segunda safra de milho, que vem tendo bom clima, e deve passar de 68 m.t., estando 2,3% acima da projeção anterior. No total do milho teremos 92,8 m.t., a segunda maior da história, sendo que a safrinha deste ano entregará 10 m.t. a mais que a do ano passado.

Por Marcos Fava Neves (*)

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