O projeto da ponte que desabou em Guia Lopes da Laguna foi assinado pelo engenheiro Wilson Roberto Mariano de Oliveira. Além disso, o profissional é investigado na operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos públicos em Mato Grosso do Sul.
Esse engenheiro assinou outros 34 projetos semelhantes no estado. Todas faziam parte de um mesmo contrato, assinado em 2012, e usou recursos do governo federal. Ele é um dos investigados e chegou a ser preso duas vezes no fim de 2015, ao lado do empreiteiro João Amorim, do ex-deputado federal Edson Giroto e de outros assessores ligados à Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul).
Além da suspeita de desvio de dinheiro público, eles são investigados por executar obras com material de qualidade inferior ao contratado. Wilson é funcionário concursado da Agesul e trabalha atualmente em Paranaíba, região leste do estado.
###Laudo
O laudo da Agesul indicou problemas no projeto e na estrutura da ponte. Uma das cabeceiras era curta demais e os pilares foram considerados precários. Também faltou proteção para as estacas metálicas que ficavam na calha do rio, para evitar erosões. Segundo o relatório, a causa da queda foi uma erosão.
A Secretaria do Estado de Infraestrutura já identificou 88 pontes com problemas de construção. O titular da Seinfra, Marcelo Miglioli, não descarta novos problemas em obras sob responsabilidade de Wilson.
“A partir do momento que nós temos a informação, nós temos uma constatação - na verdade, feita por um profissional - de que houve um erro de projeto, nós não podemos descartar a hipótese de que novos problemas venham a ocorrer”, afirmou.
Agora o estado vai fazer a contratação emergencial de uma empresa para fazer auditoria primeiramente das obras assinadas por Wilson.
###Lama Asfáltica
Os órgãos de controle de recursos federais investigam suposto esquema de fraudes em obras. Duas empresas teriam envolvimento e teriam movimentado, em cinco anos, R$ 600 milhões. Nos dois anos investigados o prejuízo aos cofres públicos seria de R$ 11 milhões.
Com as buscas nessa quinta-feira em empresas, casas de investigados e órgão público, os policiais apreenderam R$ 210 mil em espécie, além de R$ 150 mil em cheques, US$ 100 mil e € 3 mil.
De acordo com divulgado pela Receita, o grupo agia voltado a licitações. A suspeita é de que empresários recebiam valores supostamente superfaturados e, em contrapartida, repassavam parte dos lucros que, por sua vez, eram entregues a servidores coniventes com tal direcionamento e com os sobrepreços.
Nos dois anos de investigação foram encontrados indícios de prática de diversos crimes, tais como sonegação fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e fraudes à licitação.
Não foram expedidos mandados de prisão para a operação, porém, o empresário João Amorim, dono da empresa Proteco Construções Ltda, foi preso por posse ilegal de arma nesta quinta-feira (9) em Campo Grande e pagou fiança de R$ 10 mil, segundo a PF.