sexta, 26 de abril de 2024
PROPINA DIFERENTE

Traficante Minotauro usou canetas de US$ 900 para pagar propina a agentes paraguaios, afirma MPF

Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Maria Alciris Cabral Jara, conhecida como Maritê, advogada e esposa dele, teriam pago propina a integrantes do MP paraguaio para arquivar investigações contra o traficante. Ambos já estão presos

01 dezembro 2020 - 17h30Por G1MS

O traficante Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, que está preso desde 2019 na Penitenciária Federal de Brasília, recebeu mais uma denúncia, desta vez de corrupção ativa, oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF). A denúncia se baseia em inquérito que comprova pagamento de propina dele e da esposa e advogada Maria Alciris Cabral Jara, conhecida como Maritê, a dois integrantes do Ministério Público paraguaio, visando o arquivamento de investigações relacionadas a Minotauro.

Conforme as investigações, o casal teria pago os agentes com canetas de marca, avaliadas em US$ 900 (900 dólares) e mais US$ 10 mil em dinheiro a um deles. Um dos integrantes do MP paraguaio coordenava o grupo que investigava e denunciava o tráfico de drogas em âmbito nacional no país vizinho. O outro era o responsável pelo combate ao tráfico de drogas na região de Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com o município sul-mato-grossense de Ponta Porã. Ambos eram agentes fiscais do Ministério Público do Paraguai, cargo equivalente ao de promotor de justiça no Brasil.Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, conhecido como Minotauro, está preso na Penitenciária Federal de Brasília desde fevereiro de 2019  Foto: Reprodução/ TV Globo

Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, conhecido como Minotauro, está preso na Penitenciária Federal de Brasília desde fevereiro de 2019 — Foto: Reprodução/ TV Globo

De acordo com o MPF, Minotauro e Maritê integram associação criminosa especializada no tráfico internacional de drogas e corrupção ativa de funcionários públicos. A principal atividade da organização era a comercialização de cocaína proveniente da Bolívia. A logística consistia em buscar a droga na Bolívia em aviões, descarregar em uma fazenda na região de Pedro Juan Caballero e, dali, distribuir para os mais diversos destinos nacionais e internacionais.

A polícia afirma que, com a chegada de Minotauro, a violência aumentou na região. Em setembro passado, a Justiça Federal em Ponta Porã condenou o traficante a 40 anos de prisão em outra ação penal, por chefiar organização criminosa, praticar corrupção ativa junto a policiais paraguaios e por falsidade ideológica com base na emissão e utilização de documentos em nome de terceiros.

A sentença condenou ainda a esposa de Minotauro a 20 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa, e o piloto Emerson da Silva Lima a 8 anos por integrar a mesma organização criminosa. Maritê encontra-se presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Sant'Ana, em São Paulo.

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