Mesmo com chuvas acima da média, a produção de soja da temporada 2015/2016 em Mato Grosso do Sul deve crescer 4,1% em relação a safra anterior, passando das 6,9 milhões de toneladas para 7,2 milhões de toneladas.
A projeção foi apresentada nesta quinta-feira (14), em Campo Grande, pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja/MS), no lançamento oficial da colheita da oleaginosa e do plantio do milho em Mato Grosso do Sul.
“A produtividade deve manter igual à média da temporada anterior, 50 sacas por hectare, número que nos mantém na quinta posição da lista dos maiores produtores de grão do Brasil. Os dados preliminares são positivos, reflexo do desempenho do produtor rural que investe em tecnologia e consegue amenizar os efeitos das intempéries climáticas de um super El Ñino, fortes chuvas e calor intenso”, explica o presidente da
Aprosoja, Christiano Bortolotto.
Ele lembrou que na safra anterior o plantio foi prejudicado com a estiagem e que nesta temporada os produtores aguardam trégua da chuva para entrar com as máquinas em campo e colher.
O presidente da Aprosoja/MS lembra que apesar do otimismo, o estado registra mais que o dobro da média histórica de chuva para o período. As condições climáticas são desfavoráveis tanto para a fase de enchimento de grãos como da colheita. O índice de comprometimento da produção varia entre 5% e 25%. A área comprometida corresponde a 1,37 milhão de hectares, 56,7%, ou seja, mais da metade do total da área plantada no estado.
Os municípios mais afetados com as precipitações estão na região Sul, entre eles, Amambai, Antônio João, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Deodápolis, Douradina, Dourados, Eldorado, Iguatemi, Itaporã, Itaquitaí, Japorã, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru.
“As estradas estão intrafegáveis, asfaltos foram rompidos e pontes caíram, fazendo com que propriedades fiquem isoladas. Veículos menores utilizam atalhos improvisados pelos próprios produtores, enquanto caminhões ficam impedidos de acessar áreas específicas”, afirma Bortolotto.
O presidente da Aprosoja/MS aponta que este momento é de atenção para os produtores, já que informações do Consórcio Antiferrugem confirmam 18 ocorrências da ferrugem asiática no estado, 8 casos a mais que no mesmo período do ano passado.
Venda antecipada
De acordo com dados da Granos Corretora, 43% da safra 2015/2016 de soja já foi comercializada, o que corresponde a 2,69 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, apenas 25% da safra estava comprometida. Com relação ao milho da safra atual, já foi vendido antecipadamente 15%, ou seja, 1,4 milhão de toneladas do grão.
Milho
Após a colheita da soja, os produtores do estado já iniciam o plantio da segunda safra de milho, também chamada de safrinha ou safra de inverno. Para o ciclo 2015/2016, a estimativa é que o estado tenha uma área cultivada de 1,79 milhão de hectares, 4% maior que no ciclo anterior. A projeção inicial é que o volume de grãos supere os 9,5 milhões de toneladas, crescimento de 4,1% frente à temporada 2014/15.
“É claro que o número ainda é inicial. Mas se garantimos a produtividade média de 88 sacas por hectare, mesmo volume registrado na safra anterior, mantemos também o 3º lugar do ranking nacional de produção, superado apenas pelos estados do Mato Grosso e Paraná”, concluiu Bortolotto.