sexta, 03 de maio de 2024

Sectei levanta potencial turístico dos marcos da Retirada da Laguna

Sectei levanta potencial turístico dos marcos da Retirada da Laguna

07 novembro 2015 - 10h15Por Sectei
12 de junho de 1867 – Porto Canuto, margem esquerda do rio Aquidauana. Terminava ali a Retirada da Laguna – o último episódio da chamada Guerra da Tríplice Aliança , a maior e mais sangrenta guerra da história sul americana.

Para fazer o reconhecimento dos marcos históricos e ver de perto o potencial do turismo histórico cultural, uma equipe da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (sectei) e da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) fez uma viagem no tempo e percorreu os principais pontos de importantes batalhas durante o período de guerra. O superintendente de turismo da Sectei, Matheus Dauzacker, explicou o porquê da visitação. “ Estamos aqui para identificar um produto turístico. Nossa intenção é traçar uma rota turística cultural que atraia turistas interessados em conhecer a história do nosso País”.


A visita começou pelo Parque Histórico Colônia Militar dos Dourados, no município de Antônio João, onde o secretário da Sectei, Athayde Nery, e os superintendentes de turismo, Matheus Dauzacker, e cultura, Zito Ferrari, foram recebidos pelo comandante do 10° RCMec, coronel Rocha Lima, para uma visita do Museu existente no local , criado em abril de 1977, para preservar o patrimônio do Exército Brasileiro.

A Colônia dos Dourados foi palco em 29 de dezembro de 1864 da primeira batalha entre paraguaios e brasileiros – Epopéia dos Dourados – que marcou o início do conflito da Guerra do Paraguai, depois chamada de Guerra da Tríplice Aliança.

O grupo, que tinha ainda os historiadores Ricardo Figueiró e Rita Natalia Serenza Ferreira Alves e a professora Suelise de Paula Borges de Lima Ferreira, ambas da Gerência de Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura de MS, e o arquiteto Jackson Mario Borges dos Santos da Fundação de Turismo de MS, teve uma verdadeira aula de história e visitou os principais marcos da Colônia que mantém um memorial do Tenente Antônio João. Foi ele que, ciente da aproximação do exército paraguaio, evacuou o local e permaneceu junto com outros 14 homens para uma batalha com 365 paraguaios, que resultaria na morte de todos os brasileiros.

O reconhecimento dos marcos históricos passou também pelo Parque Nacional de Cerro Corá, em Pedro Juan Caballero , no Paraguai, onde o auxiliar da Secretaria Nacional de Turismo, Jorge Domingues, guiou o grupo para a visitação ao ponto da última batalha da Guerra da Tríplice Aliança e ao local onde o Marcehal Francisco Solano Lopez foi morto pelo Exército Brasileiro, pondo um ponto final no combate.

Dando sequência ao trabalho, a visitação continuou no dia seguinte. Dessa vez em Bela Vista e guiados pelo Capitão Krugerson Mattos, um pesquisador da história da guerra. “Nós temos aqui o maior polo turístico histórico da fronteira e os brasileiros precisam conhecer isso”, ressaltou o capitão que é um dos idealizadores da encenação do episódio da Retirada da Laguna que acontece desde 1999 como uma forma de fortalecer a história e homenagear os heróis de guerra brasileiros.

Capitão Mattos levou o grupo até os marcos existentes no município que foi palco da maior e mais sangrenta batalha do conflito – a Batalha de Nhandipá.

Para o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, a visita foi muito importante “para elucidar a história uma vez que a proximidade e a narrativa in loco facilita o entendimento dos fatos.”

Todo o material colhido durante a visitação será compartilhado em uma reunião, marcada para o próximo dia 12 em Campo Grande, onde se reunirão todos os agentes envolvidos nas atividades alusivas aos 150 anos da Retirada da Laguna, que acontecerão em 2017.


A idéia inicial, proposta pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS e pelo Comando Militar do Oeste – CMO é fazer, a partir de agora até o ano de 2017, um calendário com a realização de atividades sociais, artísticas, políticas, culturais, militares e civis que relembrem os fatos.

Ao final da visita, o superintendente de cultura da Sectei, Zito Ferrari, ressaltou a importância desse resgate histórico. “Temos que fazer chegar esse conhecimento aos nossos jovens. Vamos trabalhar junto a Secretaria de educação para aprofundar o estudo da guerra da Tríplice Aliança dentro da grade curricular da rede estadual de ensino”.

Para o secretário Athayde Nery , esses são feitos históricos que não se apagam mais. Os Países envolvidos na guerra aprenderam a superar as animosidades e conviver pacificamente. “ É na guerra que se percebe a necessidade da paz”.

A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA

A , inicialmente, chamada Guerra do Paraguai é ainda um dos fatos mais discutidos da história brasileira. Em dezembro de 1864 o Paraguai invadiu Mato Grosso em represália à intervenção brasileira na guerra civil uruguaia. Brasil, Argentina e Uruguai formaram a Tríplice Aliança para derrubar o presidente Solano Lopez, obter a livre navegação na Bacia do Prata e anexar parte da área em disputa com o Paraguai. O conflito teria sido instigado pela Inglaterra. A guerra terminou em 1870 com a derrota do Paraguai.

Deixe seu Comentário

Leia Também

SAÚDE

Internações e mortes por influenza e vírus sincicial aumentam no país

EDUCAÇÃO

MEC criará protocolos para combater racismo em escolas

GERAL

Candidato poderá apresentar documento digital no concurso unificado

SAÚDE

Comissão de Saúde debate adoção de prontuário eletrônico único no SUS